Desde o início de dezembro, fortes chuvas têm atingido o Sudeste, trazendo destruição e transformando paisagens urbanas em cenários de devastação. Em Minas Gerais, dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil apontam que 130 municípios foram afetados e que 84 já se encontram em Situação de Emergência. Em termos de bacias hidrográficas, as mais afetadas são as dos rios Doce (leste), Grande (sul do estado) e Paraíba do Sul (Zona da Mata). Ao todo, o estado registra 1,2 milhão de pessoas atingidas pelos eventos críticos.

A análise meteorológica do CPTEC/Inpe indica que as chuvas encontram-se acima da média histórica, para o mês de janeiro, nas bacias hidrográficas dos rios Grande e Paraíba do Sul. O rio Pomba, em Santo Antônio de Pádua (RJ), município localizado próximo à divisa com Minas Gerais, registrou hoje a cota de 328cm, já considerada a oitava maior do histórico de máximas para o local.

As previsões meteorológicas do Inpe indicam volumes de chuva acumulada em cinco dias em torno de 100 milímetros para a maior parte da bacia do rio Grande, o que representa um volume significativo para o curto período. Já para a bacia do rio Paraíba do Sul não há indicativo de chuvas significativas nos próximos dias.

A bacia do rio Doce é monitorada 24 horas por dia pelo Sistema de Alerta Contra Enchentes, operado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em parceria com a Agência Nacional de Águas. Em 26 de dezembro, o Sistema registrou o início das inundações na bacia na cidade de Ponte Nova (MG). Nos dias seguintes, a enchente atingiu as cidades mineiras de Governador Valadares e Nova Era, além dos municípios capixabas de Colatina e Linhares, até o último dia 7 de janeiro, quando os níveis do rio Doce voltaram à normalidade nessas localidades.

A análise meteorológica indica que as chuvas na bacia do rio Doce encontram-se próximas à média histórica, com maior volume ocorrido na parte alta, não havendo indicativo de chuvas significativas para os próximos dias.

Fonte: www.ana.gov.br