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Nível dos reservatórios da região deve continuar ainda mais baixo nos próximos meses

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30/06/2014

Os reservatórios da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba estão, em média, com volume de 23,2%. O de Emborcação operava ontem com o nível de 36,4% do total de sua capacidade. A média de junho é a pior registrada desde 2011, em comparação com o mesmo mês em anos anteriores. As informações são baseadas em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O ano de 2014 foi atípico, segundo o pós-doutor em Geografia Física, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica Araguari (CBH), Antônio Giacomini Ribeiro. “Nos meses de janeiro e fevereiro não choveu o esperado e agora estamos no período seco, de outono/inverno. Teremos escassez de chuva até início de outubro, e não vai ser suficiente para uma recuperação razoável,” alertou.

Ele explicou que os reservatórios de Emborcação e Nova Ponte são reguladores, cuja função é manter vazão para que as demais hidrelétricas possam operar normalmente.

Para o abastecimento, a região de Araguari conta ainda com os reservatórios de Miranda e Capim Branco I e II, que utilizam tecnologia de fio d’água e, por isso, não reservam água em dimensões semelhantes às hidrelétricas. As três usinas, portanto, são dependentes da preservação nas principais hidrelétricas.

Apagão
A proximidade com os níveis de 2001, época do indesejado “apagão”, a economia de energia volta a ganhar destaque. Para o presidente da CBH Araguari, o governo deveria incentivar a população a evitar desperdícios. “Naquele ano não tivemos ‘racionamento’, e sim ‘racionalização’, um apelo que o governo fez para economizar energia. Era oferecido um desconto na conta de energia se você conseguisse abaixar o consumo numa certa porcentagem. Deu certo e muita gente acabou economizando. O governo não está fazendo isso e, em minha opinião, deveria ter começado,” salientou.

Sistema interligado
Como o sistema de energia é interligado, quando falta água em determinada região, a solução para o abastecimento vem de outra região. Os níveis de reservatórios no Sul do país, por exemplo, estão altos devido à abundância de chuvas. Na região Norte chove, mas não há hidrelétricas suficientes para atender o Sudeste, maior consumidora. “Então depende muito falar de racionamento porque outras regiões podem fornecer. Mas a questão não deixa de ser preocupante,” expôs Antônio Giacomini.

Consumo cresce, infraestrutura não
De acordo com o professor, a infraestrutura para geração de energia não cresceu na mesma proporção do consumo. “Com esse fenômeno de inclusão social, por sinal muito bom que ocorra, a procura por eletrodomésticos, geladeiras, televisores, computadores aumentou, a energia chegou à zona rural, gerando conforto. Isso refletiu no consumo de energia, porém não houve um acompanhamento da infraestrutura, apesar de a crise industrial contribuir para diminuir um pouco o consumo e amenizar a situação,” pontuou.

Boa parte do aumento na capacidade de geração se deve às termoelétricas, cuja desvantagem é o custo elevado. “A população deverá pagar essa conta a partir dos próximos anos. Do ponto de vista energético, as termoelétricas estão ‘segurando a barra’,” concluiu.

Fonte: Jornal Gazeta do Triângulo

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