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Extração de argila refratária no rio Uberabinha é discutida por vereadores

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11/02/2011

Na última quarta-feira (9) em sessão na Câmara Municipal de Uberlândia, foi discutido os impactos ambientais causados pela extração de argila refratária na nascente do rio Uberabinha. A discussão contou com membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (CBH), e da Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (ABHA) e foi travada por conta da licença requerida pelas Indústrias Brasileiras de Artigos Refratários (Ibar), que quer operar nas cabeceiras do principal rio da região.

Para Wilson Akira Shimizu, presidente do CBH, a discussão promovida pela Câmara de Uberlândia é bastante oportuna porque traz ao debate uma questão pela qual o Comitê tem se batido já faz alguns anos. Trata-se da necessidade de disciplinarmos as atividades que são desenvolvidas nas áreas de cabeceiras dos mananciais, um ecossistema bastante particular e frágil denominado campos de murunduns ou de covoais. Esses ecossistemas desempenham papel importantíssimo na dinâmica da interação solo-água, servindo como áreas de armazenamento da água que vai alimentar os ribeirões e o lençol subterrâneo.

“Permitir o desenvolvimento de atividades nessas áreas implica no comprometimento da vazão dos mananciais que servem de abastecimento da cidade de Uberlândia. É necessário que sejam adotadas medidas institucionais e legais para promover a proteção desses ecossistemas de maneira permanente, construindo um acordo entre os agentes interessados, trazendo para a discussão também os proprietários dessas áreas, para a definição inclusive de compensação financeira se for o caso. Temos inclusive uma proposta de constituição de um Consórcio Intermunicipal envolvendo os Municípios de Nova Ponte, Sacramento, Uberaba e Uberlândia para a gestão dessas áreas na Chapada, que se encontra em análise pela Prefeitura de Uberlândia, sendo que das outras Prefeituras já há uma convergência pela sua implementação” – Ressaltou Shimizu.

Parecer Técnico

O Diretor Presidente da ABHA, Leocádio Alves Pereira,  atendendo convite do vereador Adriano Zago para um debate sobre a atividade minerária nas áreas de covoais e veredas das nascentes e chapadas de recarga do rio Uberabinha e rio Claro, abrangendo os municípios de Uberlândia, Uberaba, Nova Ponte e Sacramento, na fala apontou os problemas ambientais e operacionais para o sistema  abastecimento público quando utiliza água desses mananciais na ocorrência de degradação da qualidade, envolvendo os parâmetros Cor e Turbidez, isso afetam drasticamente um tratamento de água e manancial como um todo, os sistema de tratamento são concebidos de forma a tratar água dentro de um padrão definido pelo qualidade daquele manancial escolhido, no caso das atividades da mineração como ocorre na bacia hidrográfica do rio Uberabinha em que extraem argila refratária que corta os fluxo hidrológico e dissolve a argila na água ali presente nos fluxos sub superficiais, quando das chuvas também ocorre a saturação desses campos e onde ocorre as vazantes de cheias arrastam para os canais de drenagem natural e/ou artificiais levando para as calhas dos córregos e rio todo aquele material removido e movimentado pela atividade e que vai  chegar nas captações dos sistema de tratamento, são afetados drasticamente, tendo que paralisar a atividade do  processo pelo fato de não conseguir coagular e flocular essa água de cor leitosa, sendo preciso paralização total do tratamento da água na ETA, isso tem ocorrido em vários locais, onde tem ocorrência  desse tipo de material e que sofre interferência pelas atividades ali desenvolvidas. Lembrou que os registros no DNPM para o município de Uberlândia em área  em torno de 2000 Ha e nos demais municípios citados com área em torno de 4500 Ha, totalizando aproximadamente6500 Ha incluindo as duas bacia do Claro e Uberabinha. No abastecimento de Uberlândia já aconteceu na Estação de Sucupira parada do processo de tratamento por várias horas, não há meios de tratar esse tipo de água, podendo acarretar enormes prejuízos das atividades que dependem do abastecimento, a de degradação pode inviabilizar sistemas de saneamento, tanto pela má qualidade quanto pela diminuição das vazões no manancial, face a destruição dos campos hidromorfos, tal atividade como vem sendo desenvolvida sem os estudos aprofundados naquela área, coloca em risco o bioma e os usos prioritários, tais como: Abastecimento humano e dessedentação de animais.

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